O CORREIO levantou as principais propostas e declarações dos candidatos à Presidência da República. Confira o que eles têm a dizer sobre mais de 20 temas importantes da atualidade, depois, decida o seu voto
Não é um jogo de xadrez, mas, para conseguir um xeque-mate nas eleições, cada um dos candidatos faz o que pode para mostrar suas melhores jogadas. Mas deixando de lado as cores do tabuleiro (ou do partido), quais as diferenças entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB)?
Para saber o que cada candidato pensa ou pretende fazer a respeito de 22 temas da atualidade, o CORREIO pediu às assessorias dos presidenciáveis que indicassem as opiniões dos dois sobre os assuntos. No entanto, até ontem, nenhum havia respondido. Por isso, foram reunidas as propostas de governo e declarações dos dois ao longo da campanha.
Em pelo menos oito temas, Dilma e Aécio optam por soluções ou respostas diferentes. Em outras oito situações, os candidatos não discordam tanto assim. Há, ainda, assuntos em que um pretende continuar com o projeto implantado pelo outro, com alterações.
Uma das diferenças é com relação à autonomia do Banco Central (BC). Nesse caso, Aécio é a favor. Já Dilma diz que não vê necessidade em promover a mudança.
“A candidatura de Aécio tem um perfil mais conservador, enquanto Dilma mostra uma ação coordenada a partir do estado. A independência do Banco Central atinge boa parte do eleitorado, já que coloca as candidaturas em dois campos distintos”, explicou o economista Paulo Antônio Balanco, professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Previdência Os dois também divergem no que diz respeito ao fator previdenciário - que desestimula as aposentadorias precoces. Enquanto o tucano é favorável à extinção, a petista afirmou que não pretende revisar a fórmula que calcula o fator.
Por outro lado, em temas como a legalização da maconha, os pensamentos de Dilma e Aécio não são tão divergentes: nenhum aprova a legalização da droga. Da mesma forma, os candidatos defendem a criminalização da homofobia e acreditam que há necessidade de um combate mais efetivo à corrupção.
Além disso, o plano de governo de Aécio prevê a continuação de programas sociais criados por Dilma ou pelo PT, a exemplo do Ciência Sem Fronteiras, do Mais Médicos e do Bolsa Família. Para o presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação, os eleitores devem analisar essas propostas, antes de definir o voto.
“Esses avanços na política social são quase irreversíveis, mas acho que é mais um discurso eleitoreiro do que um programa de governo. Eles já tiveram oportunidades de fazer políticas públicas no país e não fizeram”, criticou, referindo-se aos mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de 1995 a 2002.
No entanto, o presidente do PSDB na Bahia, Sérgio Passos, destacou que, se Aécio for eleito, os programas sociais já existentes serão ampliados. “É importante ter políticas de compensação social, mas precisa existir uma saída com programas paralelos de educação e profissionalização. O cidadão não deve viver o tempo todo na miséria, mas tem que melhorar de vida”, pontuou.
EscolhaE para quem está indeciso, o professor de Ciência Política da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) Antônio Alves dá uma dica: analisar o que os candidatos fizeram em seus mandatos anteriores. “No caso do PT, o eleitor deve analisar se a política social é realmente eficaz. E, no caso do PSDB, se as mudanças que eles propõem trazem mesmo resultados”.
Além disso, ele destaca que, apesar da polarização, os dois governos não seriam extremamente opostos. “Na prática, os governos não são tão distantes um do outro, mas são diferentes. O PSDB é conhecido por ter coligações da direita, mas o PT também tem se alinhado com segmentos conservadores”, explicou.